O Deus que eu sirvo nos ama infinitamente e é Pai o suficiente para nos corrigir.

O Deserto Indivi-dual

Estava eu num imenso deserto. Imaginando só: O que será de mim? Sem palavras, nem socorro. Só pensamento, dor. Andava na areia quente, feria meus pés. Onde estariam todos? Continuei a andar...
Exausta, sentei. Não havia sombra e o calor doía. Então recorri a Ele. Disse: O que está acontecendo? Por que me encontro só e aqui?! Tantos são os que me cercam... E os que amo! Creio que me querem bem. Pois, então por que atravessar o deserto sozinha? Não vou conseguir!
De repente veio do céu um som, e um vento forte por sobre a areia, logo um falar estranho e ao mesmo tempo conhecido, ouvi: "Filha minha, passas pelo deserto por amor. Aceitastes tua cruz, ninguém mais poderá carregá-la por ti! Mas não te sujeites ao que pensas. Não estás sozinha. Aqui estou eu do teu lado. Sabe quando tu choras? Não vês, mas enxugo tuas lágrimas... Sou eu que te dou um novo sorriso, um novo amanhecer. Sabe quando clamas a mim por sentir solidão? Não percebes, mas te abraço até que sintas que te amo. Sabe quando não tens mais forças para seguir?Quando estás tão frágil que não consegues orar? Escuto o som do silêncio do teu coração,  te carrego no colo ou deito tua cabeça sobre mim. O que sentes?
_ Paz!
Pois, segue teu rumo. Leva a tua cruz. Eu te guiarei até a fonte de água viva! Não terás sede, fome, pois eu suprirei as tuas necessidades! Confia menina dos meus olhos, confia no amor infinito que tenho a ti. Bendita és quando caminhas no meu caminho. Bendita és quando confia em mim. Vos ajudarei, irá conseguir."
Senti a me rodear algo explêndido e sublime, um arrepio bom... Descansei.

De Volta À Vida

Então, do mar escuro em que me puseste, saí
A dor de não sentir nada me fez refletir
O quanto é belo o som do luar
Do sol poente ao seu caminhar
De um dia escuro onde eu me perdi
Da selva triste que tentei fugir
Da estrela torta que encontrei no céu
Do sorriso meigo feito de papel
Tudo que tinha voltou a brilhar
De volta à vida
Viver e amar

Podre Pobre Pedra

Abri meus olhos
Me vi no espelho...
Quem é você?
Desde cedo aprendi a me esconder
As dores provocam revolta
A sociedade não compreende

Meu pai foi embora
Minha mãe me humilhava
E eu me escondia no banheiro
As lágrimas iam até o joelho
Eu não deixava tocar no chão
Nunca gostei dele

Apesar de sofrer no chuveiro
Ninguém jamais me viu lá
Ninguém jamais me virá chorar
Meu coração é pedra
Não de gelo
Pedra

Não derrete
Não quebra
Pedra
Podre pobre pedra
Formada pelas dores desta vida

Rodeada de lodo
Angustia
Pedra
Não sei quem sou
Onde vou
Nem sentir.

Desabafo

O mundo impressiona
Onde te escondes, amor?
Que máscara puseste em sua face!?!

Não se vê mais os rostos, tudo é carnaval
Nada muda e mudo o mundo está
Meu coração é poço de tristezas, turbulências cotidianas...

Ah, o que seria de minh'alma sem o amor?!
O ser humano não é mais humano
Pobre ser que vive sem existir...

E as almas vão se perdendo...
Os vícios viciando...
As drogas destruindo
A ganância matando
As meninas se prostituindo
Os meninos roubando

E a família? Que família?!

Não tenho pai! Não tenho mãe!
Ninguém me ensinou a escovar os dentes
Ninguém deu um laço no meu cadarço
Ninguém segurou minha mão a atravessar a rua

Minha mãe me bateu!
Minha mãe me xingou!
Doeu... Doeu... Doeu...
Meu pai me tocou... Ele é meu pai?!

Quero crescer!
Quero encolher
Quero viver!
Quero sumir

Descaso, abandono, valores contrários
Entendimento torto
Corações partidos

Dedos e ideias expressando o infinito.

Um lugar onde jamais fui
Eu irei
Decifrar o que queres 
Tentarei
Nem sempre serei louvada
É difícil compreender
Palavras
Palavras
Palavras
O que são perante a glória?
Inexpressável 
Não consigo controlar
O desejo arde em mim
Minha vida é sua
Tudo pertence somente ao Senhor
E somente ao Mesmo voltará
É
 Nada mais importa
 Nada importará